O Wi-Fi dá as boas vindas ao seu novo standard – o Wi-Fi 6.
O Wi-Fi 6 foi concebido para responder à crescente procura de redes de alta qualidade exigida por aplicações de maior dimensões e jogos cheios de animações de alta resolução e chat de vídeo.
Há cinco anos, o 802.11ac Wi-Fi (mais conhecido como Wi-Fi 5) entrou em cena com velocidades drasticamente superiores (2.8×), mas a verdade é que enfrenta neste momento novos desafios. Graças à proliferação de equipamentos smart home e da Internet das Coisas, o elevado número de dispositivos ligados a uma rede pode ser responsável por variados problemas no acesso à rede.
Muito embora o Wi-Fi 5 se tenha focado na melhoria de velocidade de acesso, o Wi-Fi 6 faz muito mais do que isso. Suporta várias ligações em simultâneo sem interromper a experiência de acesso. Mas antes, há que responder à questão básica:
O que é o Wi-Fi 6?
O Wi-Fi 6 é o mais recente standard Wi-Fi. O número 6 indica que é a sexta versão de standards de acesso a redes sem fios. Foi introduzido em 2018 e visa resolver as questões de congestionamento e satisfazer a crescente necessidade de ligações eficientes. Como os standards Wi-Fi anteriores, o Wi-Fi 6 disponibiliza superiores velocidades de rede. Utilizando um router com um único dispositivo, as velocidades máximas potenciais serão 40% superiores com o Wi-Fi 6 face ao Wi-Fi 5. No entanto, é quando é sujeita a elevadas necessidades de acesso que o Wi-Fi mostra todas as suas capacidades. Por que razão precisamos do Wi-Fi 6?
1. É muito mais rápido
Em termos simples, a velocidade de um stream de Wi-Fi 6 aumentou para 1.2 Gbps — 20% mais rápido que uma ligação através de um cabo gigabit Ethernet.
Se olharmos para a velocidade máxima teórica, o Wi-Fi 6 atinge 9.6 Gbps (uma melhoria quando comparado ao Wi-Fi 5, que alcança um máximo de 6.9 Gbps). Muito embora a maioria dos dispositivos não consiga atingir esta velocidade – são necessárias 8 antenas e enormes necessidades de alimentação – as velocidades wireless superiores a 1 Gbps ainda garantem três vantagens:
- É mais provável que consiga tirar o máximo da sua largura de banda com apenas um equipamento quando conta com internet Gigabit em casa.
- É possível partilhar o acesso Wi-Fi de alta velocidade com mais dispositivos em simultâneo, uma vez que a banda larga não tem de ser atribuída na totalidade a um cliente.
A intranet (a rede dentro de sua casa), passa a ser uma rede sem fios gigabit. Isto faz com que a transferência de ficheiros entre os clientes seja mais rápida e mais simples.
2. Mais ligações e conexão constante e sem falhas
Hoje, o número médio de equipamentos ligados em casa é superior a 10. No entanto, espera-se que este valor suba para mais de 20 dentro de poucos anos.
Quando se acrescentam dispositivos a uma rede, há uma redução de performance, já que os routers conseguem comunicar apenas com um equipamento de cada vez (embora a tecnologia MU-MIMO facilite a comunicação em simultâneo de até 4). Nesta situação, os outros dispositivos ficam à espera, o que reduz as velocidades de acesso.
O Wi-Fi 5 esforça-se por responder a estes problemas emergentes – o download de vídeos pode ser responsável por lags enquanto joga; o chat de vídeo pode apresentar-se em baixa qualidade porque alguém está a fazer streaming de um filme.
Para tornar o Wi-Fi mais estável, o Wi-Fi 6 apresenta uma tecnologia que melhora drasticamente a ligação – OFDMA.
O OFDMA calcula a largura de banda de que cada cliente necessita. Desta forma, torna possível o envio e o recebimento de dados para vários clientes em simultâneo para que a ligação Wi-Fi se mantenha inalterada. Imagine uma série de camiões que estão a entregar dados. Com o Wi-Fi 5, um camião (um envio) leva informação de uma pessoa apenas. Agora, cada camião pode transportar dados para múltiplas pessoas, desde que haja espaço suficiente.
Este cenário beneficia mais as aplicações que recorrem a pequenos pacotes de informação, especialmente no que respeita a gaming e streaming, reduzindo a latência e melhorando a velocidade média.
A tecnologia OFDMA foi aplicada à tecnologia celular com o mesmo propósito e resolveu o problema do congestionamento. Agora já sabe por que razão a rede Wi-Fi nos aeroportos apresenta lags quando o seu smartphone consegue assegurar um streaming de vídeo sem falhas recorrendo à rede 4G.
O MU-MIMO também é atualizado no Wi-Fi 6.
O MU-MIMO foi apresentado com o Wi-Fi 5 como uma espécie de “emenda”. Permite até 4 streams para diferentes equipamentos. Pode pensar nestes streams como 4 autoestradas que os camiões que mencionámos acima utilizam. No entanto, só funcionam numa direção – downlink.
Com o Wi-Fi 6, duplicou o número de streams. Há gora 8 “autoestradas” para que os dispositivos se liguem e o MU-MIMO funciona tanto em uplink como downlink.
3. Mais segurança e intuitividade
O Wi-Fi utiliza o WPA2 como protocolo de segurança recomendado desde 2004.
O WPA2 pode ser violado — um hacker pode recolher dados dos streams Wi-Fi e tentar milhões de combinações para descobrir a palavra-passe. Com a correspondência certa, pode entrar na rede Wi-Fi e tudo o que for transferido na rede torna-se acessível.
É por esta razão que todas empresas de segurança de internet avisam para a necessidade de recorrer a palavras-passe aleatórias, como a que apresentamos em baixo – tudo para tornar os códigos mais difíceis de violar:
Ypm!dE^*B@9J0w$
Poucas pessoas conseguiriam lembrar-se de uma palavra-passe como esta.
O WPA3 resolve esta questão, já que é gerada uma palavra-passe a cada transmissão. A password gerada deixa de ser válida com a transmissão seguinte, o que faz com que o hacker tenha que adivinhar a palavra-passe interagindo com os dispositivos Wi-Fi. Mas mesmo este método não funciona necessariamente, já que os dispositivos Wi-Fi podem bloquear o equipamento do hacker se houver demasiadas tentativas.
Significa isto que é possível manter a rede segura mesmo utilizando uma palavra-passe que seja fácil de memorizar, como:
vivelatoussaint
Os novos protocolos de segurança foram anunciados em 2018, e o Wi-Fi 6 vai suportar este novo protocolo para que se torne no novo método de encriptação Wi-Fi.
4. Maior autonomia dos dispositivos móveis
O Wi-Fi 6 não esgota os benefícios com a resolução dos problemas de segurança. Destacamos duas novas funcionalidades.
A primeira é a Target Wake Time. Esta tecnologia agenda o ciclo de transmissão por cada dispositivo que entra no modo “hibernação”. Os dispositivos móveis podem manter a antena desativada e ligá-la apenas em tempos de negociação com o router, preservando assim a autonomia.
O Wi-Fi 6 permite ainda que os streams de 20 MHz coexistam com os streams mais rápidos de 160 Mhz. Com o Wi-Fi 5, quando a largura de banda é definida para 80 MHz, todos os dispositivos mantêm a mesma velocidade utilizando a mesma largura de banda. Este cenário não é ideal para dispositivos IoT, já que não precisam de velocidades muito elevadas, mas precisam sim de uma autonomia mais alargada.
No que respeita ao impacto nos laptops e telefones, poderemos ver menos diferenças, uma vez que a bateria é consumida maioritariamente pelo CPU e pela placa gráfica. No entanto, os dispositivos IoT que recorrem a baterias, como um sensor de uma câmara wireless, por exemplo, irão beneficiar muito – especialmente quando comparado a ligações a uma rede Wi-Fi 802.11n.
5. Funciona com dispositivos existentes
Uma vez que os equipamentos não vão mudar para o novo standard num ápice, e tal como aconteceu com o seu predecessor, o Wi-Fi 6 é retrocompatível com os standards Wi-Fi mais antigo, e sem obrigar a quaisquer definições extra.
A aquisição de um router Wi-Fi 6 prepara a sua casa para o futuro das redes Wi-Fi, e melhora ainda a experiência de rede dos seus equipamentos Wi-Fi, já que os routers mais recentes disponibilizam hardware inovador que confere um desempenho superior ao que estava antes disponível.
6. É fácil de obter
Os equipamentos Wi-Fi estão a começar a angariar nomes sonantes – Samsung, Dell e Razer já oferecem suporte Wi-Fi 6 nos seus mais recentes produtos. Até o iPhone 11 vai suportar este standard.
Pode não ter de adquirir um laptop apenas e só porque tem Wi-Fi 6, mas se considerar fazer um upgrade ao router, este argumento é essencial, uma vez que:
- Os routers Wi-Fi 6 utilizam CPUs e chipsets mais recentes, mais poderosos que os dos routers Wi-Fi 5 e pelo mesmo preço.
- Os routers Wi-Fi 6 estão equipados com mais memória que os routers Wi-Fi 5 com preços semelhantes, o que quer dizer que podem utilizar mais dados para múltiplas aplicações.
- Um router Wi-Fi 6 apresenta maiores garantias de uma velocidade superior quando gere ligações em simultâneo a vários dispositivos quando comparado com um router Wi-Fi 5. (ex. AX1500 vs. AC1750)
- O upgrade para um router Wi-Fi 6 beneficia a sua casa de forma imediata e impede que tenha em princípio que fazer atualizações deste hardware durante os próximos 5 anos, pelo menos.
Pode beneficiar desta nova geração de Wi-Fi já hoje. A TP-Link dispõe de routers Wi-Fi 6. O AX6000 é um bom exemplo de um equipamento com Wi-Fi 6 capaz de lidar com as mais exigentes necessidades de rede.